quinta-feira, 31 de maio de 2012

Sugestão para os pais

 Para Refletir...
 Abraço de filho

Abraço de filho deveria ser receitado por médico. Há um poder de cura no abraço que ainda desconhecemos. Abraço cura ódio. Abraço cura ressentimento. Cura cansaço. Cura tristeza. Quando abraçamos soltamos amarras. Perdemos por instantes as coisas que nos têm feito perder a calma, a paz, a alma...Quando abraçamos baixamos defesas e permitimos que o outro se aproxime do nosso coração. Os braços se abrem e os corações se aconchegam de uma forma única.

E nada como o abraço de um filho...Abraço de Eu amo você. Abraço de Que bom que você está aqui. Abraço de Ajude-me.Abraço de urso. Abraço de Até breve. Abraço de Que saudade!Quando abraçamos, a felicidade nos visita por alguns segundos e não temos vontade de soltar.Quando abraçamos somos mais do que dois, somos família, somos planos, somos sonhos possíveis.E abraço de filho deveria, sim, ser receitado por médico pois rejuvenesce a alma e o corpo.

Estudos já mostram, com clareza, os benefícios das expressões de carinho para o sistema imunológico, para o tratamento da depressão e outros problemas de saúde.O abraço deixou de ser apenas uma mera expressão de cordialidade ou convenção para se tornar veículo de paz e símbolo de uma nova era de aproximação.Se a alta tecnologia - mal aproveitada - nos afastou, é o abraço que irá nos unir novamente.Precisamos nos abraçar mais. Abraços de família, abraços coletivos, abraços engraçados, abraços grátis.Caem as carrancas, ficam os sorrisos. Somem os desânimos, fica a vontade de viver.O abraço apertado nos tira do chão por instantes. Saímos do chão das preocupações, do chão da descrença, do chão do pessimismo.

É possível amar de novo, semear de novo. É possível renascer.E os abraços nos fazem nascer de novo. Fechamos os olhos e quando voltamos a abri-los podemos ser outros, vivendo outra vida, escolhendo outros caminhos.Nada melhor do que um abraço para começar o dia. Nada melhor do que um abraço de Boa noite.E, sim, abraço de filho deveria ser receitado por médico, várias vezes ao dia, em doses homeopáticas.Mas, se não resistirmos a tal orientação, nada nos impede de algumas doses únicas entre essas primeiras, em situações emergenciais.

Um abraço demorado, regado pelas chuvas dos olhos, de desabafo, de tristeza ou de alívio.Um abraço sem hora de terminar, sem medo, sem constrangimento.Medicamento valioso, de efeitos colaterais admiráveis para a alma em crescimento.

Mas, se os braços que desejamos abraçar estiverem distantes? Ou não mais presentes aqui? O que fazer?

Aprendamos a abraçar com o pensamento. O pensamento e a vontade criam outros braços e nossos amores se sentem abraçados por nós da mesma forma. São forças que ainda conhecemos pouco e que nos surpreenderão quando as tivermos entendido melhor.


C.E.I.  Balão Mágico.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Maio mês das MÃES



Brincadeiras com as mães comandadas pela professora Elisandra Borges.


Apresentações da turma da professora Sirlene

Presente:um lenço pintado pelas crianças e a foto para comprovar


Desfile das mães usando o lenço que ganharam de presente.


Apresentação das turmas da Professora Maria Angela

Apresentação da turma da professora Dayane

Homenagem as Mamães do CEI TEMPO FELIZ-Bairro N S de Fatima

CEI ALEGRIA DO SABER - Bairro Presidente Vargas




"Sobre o tema Cores e Formas, trabalhei o artista Romero Britto, dando ênfase ao belotrabalho que o artista fez. A obra observada foi "A FLOR", sendo desta forma alusiva a data comemorativa ao dia das Mães, o que tornou o trabalho ainda mais prazeroso e representativo.
 Para a realização utilizamos materiais como guache, giz de cera, EVA, onde as crianças tiveram em mãos suportes para a realização de um bom trabalho, finalizando com a foto da criança ao centro da flor. Assim o trabalho além de se transformar em um aprendizado, tornou-se também um  lindo  mural e um presente para a mamãe.
 O resultado foi o entusiasmo das crianças ao pintarem colorindo e observarem a obra do Artista. "
Adriana Elisa De Menech

quinta-feira, 3 de maio de 2012

                Brincar III: A Criança e sua poiética

                                               Cipriano Carlos Luckesi
     As crianças brincam desde sempre e, por isso, criam e se auto-criam. Já no útero materno iniciam a fazer seus movimentos, procurando aqueles que lhes dêem mais conforto. Após o nascimento, todos os seus gestos expressam seu caminho para a vida.
 É o que Jean Piaget denomina de jogos de exercícios, devido a criança, desde o seu nascimento, servir-se de seus mais variados movimentos na constituição de si mesmo, frente a si própria e frente ao mundo. Os movimentos vão se multiplicando aos milhares. No início parece ser tudo tão difícil e, aos poucos, na medida mesma em que eles vão sendo praticados
repetidamente, ou não, as coordenações do corpo e da mente vão sendo organizadas. Não nascemos organizados, nos organizamos. Não nascemos constituídos, nos constituímos. É o espaço potencial do subjetivo para o objetivo que vai sendo ultrapassado, através daquilo que Donald Winnicott denominou de fenômeno transicional. É a transição que vai sendo efetuada pelas múltiplas experiências catarzes (criação do novo, através da ação nos seus mais variados sentidos, que vão desde o mais material ao mais sutil e espiritual).
   Aos primeiros movimentos, que são manifestos através da mobilidade (movimento externo por oposição à motilidade que são os movimentos internos, celulares), seguem-se os movimentos da fantasia e da fantasia somada à construção, como ação que realiza.
    Então a criança gosta das estórias, todas as estórias, as já estruturadas, que contamos e repetimos, como aquelas que são inventadas enquanto vão sendo contadas, quando nossa imaginação nos permite. As crianças ficam boquiabertas com as estórias. Nunca vi uma criança que não gostasse de estórias. Todas gostam e mantém um desejo de ouvi-las e ouvi-las e ouvi-las, novamente e novamente e novamente... São incansáveis na escuta das estórias. Elas criam e recriam o mundo a partir da fantasia. As crianças compreendem e recompreendem o mundo a partir delas. São muitos os entendimentos que nascem das estórias,além de abrir as portas para as possibilidades de fazer a mesma coisa: dar-se ao direito de criar o mundo a partir de sua fantasia. Então, criam suas próprias estórias, assim como criam o mundo segundo essas mesmas ou outras estórias. Vivem A esse período, Jean Piaget deu o nome de pré-operatório, sem com isso desejar dizer que aí
as crianças não operam com nada. Elas operam com tudo, pois que tudo se organiza conforme poiéticas de cada criança, através de suas múltiplaso e no mundo, assim criado.
Sua imaginação. Pedaços de pau transformam-se em carros, ônibus, cercas, casas, aviões, armas e tudo o mais que se quiser. Não há limite para as possibilidades da fantasia e do “fazer de conta”.
Essa é a em criação, o mundo interno se organiza e se personaliza, assim como vai se estabelecendo a ponte para o mundo exterior; vai se transitando do princípio do prazer para o princípio da realidade, como diria Sigmund Freud, sem se engessar o prazer na realidade (o que os adultos bem que gostariam,“para que as crianças não dessem problemas”). Devagarinho e com as dificuldades próprias e naturais, vai se processando um movimento onde o total prazer vaiadquirindo os contornos da realidade. E, então, prazer e realidade forma um todo. Ao menos
assim deveria ser, caso nós adultos não impuséssemos o olhar de que a vida, para ser vivida, necessita de passar pelos desprazeres. “Tudo o que é fácil não vale a pena”, dizemos. De um modo sagrado e profundo, cada criança realiza seus gestos e suas brincadeiras como se a sobrevivência pessoal e do mundo dependessem deles. Não há divisão interna nesses gestos e atos; uma entrega total a cada um deles.
Em nossa família, temos um hábito de ter um Papai Noel nas Festas de Natal. Ano a ano, um dos tios se veste de Papai Noel e traz um saco às costas com os presentes daquele Natal.
Meninos e meninas, agora já estão crescidos, com dez, onze, doze anos, todos querem o Papai Noel (os adultos também). E, então, encenamos o tio que some, vai se vestir e entra de alguma forma esquiva para dentro do espaço onde nos reunimos. Eles e elas, que estavam esperando, já sabem, há muito quem vai ser o Papai Noe (“É meu tio fulano”; “É claro que é”; “Veja o
pescoço dele” --- a barba postiça não é suficiente para escondê-lo, mas ninguém pensa nisso; o que importa é o Papai Noel). Porém, juntos, vivenciam a experiência, de receber os presentes, rirem, partilharem as cenas. Ali estão todos juntos --- alegres, nada mais que isso ---, como se o mundo fosse somente aquilo nesse momento e, de fato, o é. Estão plenos erealizados. É tão pouco, parece, mas é assim que o “mundo” é feito, de coisas simples, corriqueiras até; é poiética predominante entre os dois e os cinco, seis, sete anos de idade. De criação poiético próximas disso, vivem tudo inteiramente de forma alegre e grave, ao mesmo tempo; por isso, profundas e leves. Essa é a poiética da criança, o seu brincar, que pode e deve permanecer sempre como uma fonte para nós, que seguimos nossos caminhos pela adolescência e pela vida adulta.
Deixo você e a mim também com Fernando Pessoa, o que é bastante:
. A simplicidade está na base, junto à fonte de nossa vida. As crianças por estarem O Menino Jesus adormece nos meus braços
E eu levo-o nos meus braços para casa.
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A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E outra a tudo o que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando, cantando e rindo
E gozando nosso segredo comum
Que é o de saber por toda parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.
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Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas
No degrau da porta de casa
Graves como convém a um deus e a um poeta,
E como se cada pedra
Fosse todo um universo
E fosse por isso um grande perigo para ela
Deixá-la cair no chão.
Depois eu conto-lhe histórias das cousas só dos homens
E ele ri, porque tudo é incrível.
Ri dos reis e dos que não são reis,
E tem pena de ouvir falar das guerras,
E dos comércios e dos navios
Que ficam fumo no ar dos altos-mares.
Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade
Que uma flor tem ao florescer
E que anda com a luz do sol
A variar os montes e os vales
E a fazer doer os olhos os muros caiados.
Depois ele adormece e eu deito-o.
Levo-o ao colo para dentro de casa
E deito-o, despindo-o lentamente
E como seguindo um ritual muito limpo
E todo materno até ele estar nu.
Ele dorme dentro de minha alma
E às vezes acorda de noite
E brinca com os meus sonhos.
Vira uns de pernas para o ar,
Põe uns em cima dos outros
E bate as palmas sozinho
Sorrindo para o meu sonho.
Quanto eu morrer, filhinho,
Seja eu a criança, o mais pequeno.
Pega-me tu ao colo
E leva-me para dentro de tua casa.
Despe o meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é.